O Conselho de Segurança da ONU se reuniu na tarde desta quarta-feira para discutir a crítica situação na Faixa de Gaza, em meio ao prolongado conflito na região. O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, enfatizou que a realidade enfrentada pelos habitantes não pode mais ser expressa apenas em palavras. Durante o encontro, ele destacou o crescente risco que as pessoas correm ao tentarem obter alimentos, com muitos sendo baleados ou perdendo a vida na busca por sustento para suas famílias.
Nos últimos 21 meses de guerra, mais de 17 mil crianças foram mortas e 33 mil ficaram feridas, segundo a diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell. Ela fez um apelo emocional, lembrando que, em média, 28 crianças perdem a vida diariamente, um número que representa uma turma inteira de escola. A situação crítica também foi acentuada pelo coordenador humanitário da ONU, que revelou que as taxas de desnutrição infantil atingiram seus níveis mais altos em junho, com mais de 5,8 mil menores diagnosticados com desnutrição aguda.
Além disso, relatos de crianças e mulheres sendo mortas enquanto aguardavam alimentos na última semana evidenciam a gravidade da crise humanitária. O Hamas, por sua vez, mantém reféns e há preocupações sobre ataques a trabalhadores humanitários. O sistema de saúde em Gaza está devastado, com apenas 17 dos 36 hospitais em funcionamento parcial e apenas um pequeno número de centros de saúde primários operando. Em algumas unidades hospitalares, cinco bebês estão sendo forçados a compartilhar uma única incubadora, enquanto 70% dos medicamentos essenciais estão em falta. O conselho discutiu o papel de Israel na crise humanitária, a pedido de países como Reino Unido, França, Dinamarca e Eslovênia.
Origem: Nações Unidas