A economia oceânica emergirá como um dos temas principais durante a 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que ocorrerá de 9 a 13 de junho em Nice, França. O evento, coorganizado pela França e Costa Rica, visa impulsionar ações voltadas para a conservação e uso sustentável dos oceans, essenciais para a saúde do planeta, que enfrentam desafios como mudanças climáticas, poluição e pesca excessiva.
A conferência representa uma chance para abordar a escassez de investimentos e a governança fragmentada que prejudicam a proteção ambiental marinha. Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), mais de 80% do comércio global é realizado por via marítima, e mais de 600 milhões de pessoas dependem da pesca, que gera cerca de 100 milhões de empregos em todo o mundo.
A Unctad destaca que o comércio pode desempenhar um papel crucial na forma como os oceanos serão moldados no futuro, promovendo inovações sustentáveis, como os sistemas alimentares “azuis” e o uso de algas marinhas para substituir plásticos.
Além disso, a economia oceânica continua a crescer, com um impressionante recorde de US$ 2,2 trilhões em 2023, onde o turismo marinho e costeiro representa a maior parte dessa cifra, totalizando US$ 725 bilhões. O mercado de algas marinhas também tem mostrado um crescimento significativo, aumentando de US$ 4,5 bilhões em 2000 para US$ 16,5 bilhões em 2020.
Durante a conferência, a Unctad realizará eventos paralelos focados em como o fortalecimento do comércio e das inovações pode projetar ainda mais a economia oceânica. O compromisso da agência em apoiar os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (Sids) também será uma prioridade, visando o desenvolvimento de políticas que mitiguem a degradação ambiental e promovam maior integração no comércio global.
Esses países, que são particularmente vulneráveis às mudanças climáticas, têm recebido apoio da ONU para a implementação de sistemas de alerta precoce e abordagens que possibilitem a antecipação a desastres naturais. Desde 2015, quase 400 milhões de habitantes em países menos desenvolvidos e Sids beneficiaram-se de serviços melhorados de previsão e antecipação de desastres, um testemunho do compromisso da comunidade internacional em enfrentar o crescente desafio das crises climáticas e dos desastres naturais.
Origem: Nações Unidas