Cloudflare anuncia “Dia da Independência do Conteúdo” em defesa dos criadores
Em uma declaração impactante, a Cloudflare, uma das empresas mais influentes na infraestrutura da internet, anunciou que a partir de 1º de julho começará a bloquear automaticamente bots de inteligência artificial que acessam sites sem permissão e compensação financeira. A medida, chamada de “Dia da Independência do Conteúdo”, visa restaurar um equilíbrio entre criadores de conteúdo e gigantes da tecnologia.
Durante anos, o modelo era simples: os motores de busca indexavam conteúdo em troca de visitas, beneficiando tanto sites quanto usuários. No entanto, esse equilíbrio foi quebrado. Segundo Matthew Prince, CEO da Cloudflare, muitos estão se beneficiando do trabalho dos criadores sem retribuir. Os dados são alarmantes: para cada visita que a OpenAI retorna ao site, seu bot acessa até 1.700 vezes, um número ainda mais impressionante no caso de Anthropic, que chega a 73.000 acessos por cada clique.
A Cloudflare propõe um novo modelo econômico, o “Pay per Crawl”, onde bots de IA terão que pagar por cada acesso ao conteúdo. Essa mudança não só procura ser justa para os criadores, mas também sustentável para o desenvolvimento da inteligência artificial, que depende de conteúdos originais.
Entretanto, a discussão se aprofunda: como manter a ideia de uma internet aberta se o acesso ao conteúdo dependerá de pagamentos? Para a Cloudflare, a resposta é clara — a web já não é tão acessível como antes. A crescente presença da IA está transformando o cenário e, portanto, um novo modelo é necessário.
Organizações de peso, como TIME e The Atlantic, já se juntaram à causa, denunciando a perda de tráfego devido à IA generativa. A Cloudflare está colaborando com economistas e pesquisadores para desenvolver novas métricas de valor, buscando criar uma economia do conhecimento mais justa, onde dados úteis, verificados e originais sejam pagos pelo valor que realmente oferecem.
O “Dia da Independência do Conteúdo” é apenas o começo. Embora muitas questões ainda permaneçam sem resposta, está claro que a discussão sobre o futuro da internet e dos criadores de conteúdo atingiu um novo patamar.