Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto estão investigando os efeitos do stress crónico no cérebro e em órgãos periféricos como o fígado. Comandada pela neurocientista Patrícia Monteiro, a pesquisa visa entender como o stress crónico altera a função cerebral e está associada a sintomas como problemas de memória, impulsividade e depressão.
Monteiro explica que, enquanto o stress agudo é uma resposta fundamental de defesa, o stress crónico actua como um alarme constante, afetando não só o cérebro, mas todo o corpo. A equipa tem utilizado modelos animais para observar as alterações físicas no cérebro e no sistema, revelando desregulações proteicas e uma diminuição da função do córtex pré-frontal, essencial para o controle emocional.
A pesquisa ainda constatou um aumento na produção da proteína lipocalina 2 no fígado, indicando uma ligação entre stress e reações físicas. Cientistas também estudam variações genéticas que podem contribuir para a suscetibilidade ao stress pós-traumático, destacando a necessidade de identificar marcadores genéticos que influenciam respostas ao stress.
Monteiro alerta que os efeitos do stress não se restringem à saúde mental, podendo manifestar-se em alterações motoras e na capacidade de sonhar. A investigação ressalta a importância de cuidar da saúde mental com a mesma seriedade que se dedica ao controle de doenças físicas, como hipertensão. Os resultados esperados para breve prometem avançar o entendimento sobre como prevenir e tratar as consequências do stress crónico.
Origem: Universidade do Porto






