China lançou um ambicioso megaprojete de inteligência artificial, com planos para construir um complexo de mais de 115.000 aceleradores de IA em deserto do oeste do país. Este esforço, que envolve grandes empresas tecnológicas com forte apoio do governo, tem como objetivo centralizar sua infraestrutura em Yiwu e desafiar as barreiras impostas pelos Estados Unidos.
De acordo com informações exclusivas da Bloomberg, este projeto inclui a instalação de mais de 100.000 chips NVIDIA em 36 centros de dados. Essa iniciativa reflete o desejo estratégico de Pequim de aprimorar suas capacidades de computação e treinar modelos de IA de nova geração. Contudo, uma questão crucial se levanta: como a China planeja obter esses chips se, desde 2022, os EUA impuseram restrições severas à exportação de tecnologias avançadas?
Fontes sugerem que, apesar das proibições, a China pode estar utilizando canais indiretos de aquisição, como parceiros em países do Sudeste Asiático. Além disso, possui um estoque considerável de chips H20, uma opção mais limitada desenvolvida para o mercado chinês, embora seu desempenho seja notavelmente inferior.
Esses desenvolvimentos indicam uma vulnerabilidade nas restrições tecnológicas dos EUA, uma vez que as empresas chinesas parecem estar explorando lacunas legais e estoque existente para seguir em frente com seus planos. Enquanto isso, o mercado de centros de dados na China continua em crescimento acelerado, projetado para alcançar 300 bilhões de yuan (cerca de 38 bilhões de euros) neste ano, com pouca adoção até o momento de soluções domésticas que poderiam substituir os chips importados.
Esse megaprojete de 36 centros de dados destaca um jogo geopolítico complexo, onde as regras são nebulosas, e as empresas chinesas estão determinadas a não ficar para trás na corrida pela supremacia em IA, mesmo em face das barreiras impostas.