O enviado especial do secretário-geral da ONU para Segurança no Trânsito, Jean Todt, chega ao Brasil nesta semana para lançar a Campanha Global de Segurança no Trânsito da organização. Esta visita faz parte de uma iniciativa mais ampla que inclui outros países da América Latina, como México, Guatemala, Panamá e Colômbia, todos envolvidos na campanha #MakeASafetyStatement, que busca reforçar a importância da segurança nas vias.
A ONU destaca que a América Latina apresenta uma preocupante taxa de mortalidade no trânsito, estimada em 15,7 por cada 100 mil habitantes, sendo pedestres, ciclistas e motociclistas as principais vítimas, representando cerca de 61% das fatalidades. Com a crescente incidência de mortes relacionadas a motocicletas nos últimos anos, a organização enfatiza a necessidade urgente de promover o uso de capacetes que atendam às normas de segurança.
Os impactos econômicos dos acidentes de trânsito na região são significativos, correspondendo a cerca de 5% do PIB, o que ressalta a necessidade de repensar a mobilidade urbana. O Plano Nacional de Segurança Rodoviária do Brasil visa reduzir pela metade o número de mortes até 2028, com leis já estabelecidas sobre uso de capacetes, sistemas de retenção para crianças e controle de velocidade, entre outras. Contudo, a aplicação dessas leis ainda enfrenta desafios, especialmente em relação ao uso do cinto de segurança pelos passageiros do banco traseiro.
A pressão para melhorar a segurança viária está se intensificando, com a meta de reduzir as mortes no trânsito na região, que, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, resultaram em mais de 145 mil mortes em 2021. Esta cifra representa 12% das fatalidades de trânsito em todo o mundo naquele ano, destacando o trânsito como uma causa de morte entre crianças e jovens.
A segurança no trânsito é vista como um componente essencial para o desenvolvimento urbano na América Latina. O fortalecimento das leis, o investimento em educação, melhorias na infraestrutura viária e a criação de ciclovias são algumas das soluções propostas. Além disso, aprimorar o atendimento pós-acidente e engajar os líderes políticos é considerado vital para aumentar o financiamento e a eficácia das ações implementadas.
Um relatório da Bloomberg Philanthropies sugere que, se normas adequadas de segurança fossem aplicadas, mais de 25 mil vidas poderiam ser salvas até 2030 em quatro países-chave da região: Argentina, Chile, México e Brasil. Jean Todt enfatiza a urgência de ações concretas para evitar que o número alarmante de 1,19 milhão de mortes em estradas globalmente continue aumentando, fazendo um apelo para que medidas efetivas sejam adotadas para garantir estradas seguras para todos.
Origem: Nações Unidas