A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) publicou uma atualização sobre a febre de Oropouche, uma doença viral que voltou a ser uma preocupação nas Américas desde o final de 2023. Até agora, foram confirmados 12.786 casos em 11 países, com sete nações enfrentando transmissão local e quatro registrando casos importados. Os dados foram coletados entre 1º de janeiro e 27 de julho de 2025.
O Brasil é o país mais afetado, concentrando 11.888 dos casos reportados, o que representa mais de 90% das notificações. Os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro destacam-se pelo maior número de diagnósticos. No total, em 2024, foram registrados 16.239 casos em 11 países e um território, com quatro óbitos registrados. Este ano, já foram notificados cinco mortes, além de complicações neurológicas e óbitos fetais que estão sob investigação.
Os sintomas incluem febre alta, dores de cabeça intensas e dores musculares, com recuperação em duas a três semanas para a maioria dos casos. No entanto, a doença pode ocasionalmente levar a complicações graves, como meningite e encefalite. A disseminação do vírus é preocupante, especialmente em áreas não endêmicas, impulsionada por fatores como mudanças climáticas e urbanização.
A Opas está recomendando uma vigilância epidemiológica mais rigorosa e um controle de vetores mais eficaz, já que atualmente não existe vacina ou tratamento antiviral específico disponível. Para mitigar a propagação da doença, são sugeridas ações que incluem o monitoramento contínuo da situação epidemiológica, a eliminação de criadouros de mosquitos e medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e mosquiteiros.
A colaboração entre países é considerada fundamental para o controle da febre de Oropouche, que ainda circula juntamente com outros arbovírus, como a dengue. A Opas oferece suporte técnico aos países para o manejo clínico e a prevenção e controle dos vetores, pedindo a notificação imediata de quaisquer eventos incomuns relacionados à transmissão da doença.
Origem: Nações Unidas