Neste 26 de junho, os países-membros das Nações Unidas celebram os 80 anos da Carta da ONU, um marco que define os princípios da organização e integra a igualdade de gênero em seu preâmbulo. O Brasil, um dos 50 países que assinaram o documento em 1945 durante a Conferência Internacional em São Francisco, relembra a importância da participação feminina na construção de um mundo mais justo.
Em Nova Iorque, a Missão do Brasil promove o evento “O 80º Aniversário da Carta da ONU: O Legado da Igualdade de Gênero”, que inclui uma exposição fotográfica destacando as contribuições de mulheres como Bertha Lutz, bióloga e diplomata brasileira que foi fundamental na inclusão do conceito de direitos iguais no texto original. Durante a programação, a escritora Angelica Kalil enfatizou a relevância do legado de Lutz e a luta contínua das mulheres pela igualdade de representação.
Juntamente com Lutz, outras três diplomatas – Virginia Gildersleeve, Wu Yi-fang e Minerva Bernardino – também tiveram papel crucial na redação da Carta, que expressa claramente a promoção de igualdade de direitos entre homens e mulheres. O Artigo 8 da Carta ressalta que as Nações Unidas não imporão restrições à participação de qualquer gênero em sua estrutura.
Este ano, além de celebrar a Carta, a Missão do Brasil homenageia a Resolução 1325 sobre “Mulheres, Paz e Segurança”, que completa 25 anos, assim como os 30 anos da Quarta Conferência sobre Mulheres, evento emblemático em que Hillary Clinton proclamou que “os direitos humanos são direitos das mulheres”.
O encontro em Nova Iorque não apenas celebra conquistas passadas, mas também se volta para os desafios futuros, especialmente com a iminente eleição do novo secretário-geral da ONU em 2026. Especialistas comentam sobre a possibilidade de uma mulher assumir a liderança da organização, algo inédito após uma sucessão de homens na posição.
Durante o evento, o embaixador brasileiro, Sergio Danese, se une a representantes de outros países e altos funcionários da ONU para reconhecer a importância das mulheres na história da organização e refletir sobre o caminho a seguir em busca de igualdade efetiva e liderança inclusiva no cenário global.
Origem: Nações Unidas