Um novo relatório do Banco Mundial revela os desafios enfrentados pelos povos indígenas na Amazônia brasileira e propõe ações para promover a inclusão social, o fortalecimento institucional e o desenvolvimento sustentável. Embora desempenhem um papel crucial na proteção das florestas e no equilíbrio climático, esses povos continuam a lidar com desigualdades sociais significativas, violência territorial e os efeitos adversos das mudanças climáticas.
De acordo com o estudo, aproximadamente 27% da área florestal da Amazônia está localizada em Terras Indígenas, que armazenam cerca de 14 bilhões de toneladas de carbono, um recurso vital para mitigar a crise climática. Entretanto, o aumento do desmatamento, a grilagem de terras e a mineração ilegal ameaçam a sobrevivência cultural e física das comunidades indígenas. Mais da metade da população indígena do Brasil reside fora dessas terras, frequentemente em áreas urbanas, enfrentando condições precárias de acesso a serviços essenciais.
Para abordar essas questões, o Banco Mundial recomenda uma série de ações estruturais. Entre elas estão o fortalecimento das instituições responsáveis pela governança territorial e ambiental, a promoção de meios de vida sustentáveis, como bioeconomia e agroflorestas, e a ampliação da participação indígena em processos decisórios por meio de consultas livres e informadas. Além disso, destaca a importância de investir em educação e capacitação, valorizando conhecimentos tradicionais e fortalecendo lideranças locais.
“Sem a proteção dos povos indígenas, não há futuro sustentável para a Amazônia”, afirma Tamires Silva, especialista em Desenvolvimento Social e integrante da equipe responsável pelo relatório. O estudo, parte da série “América Latina Indígena”, reafirma o compromisso do Banco Mundial com um desenvolvimento que harmonize a redução da pobreza, a conservação da biodiversidade e a valorização cultural, alinhando-se à Estratégia de Parceria com o Brasil.
Origem: Nações Unidas