As crises globais, incluindo conflitos armados e mudanças climáticas, estão comprometendo os ganhos alcançados por mulheres ao longo das últimas três décadas, segundo um novo relatório da ONU Mulheres. Comemorações do 30º aniversário da Declaração de Pequim, considerada um marco na luta pela igualdade de gênero, dão lugar a um panorama preocupante: um aumento de 50% no número de mulheres vivendo em proximidade de guerras e crises. A crescente polarização política e a emergência climática são identificadas como barreiras significativas para o progresso em igualdade de gênero, com 54% dos países reconhecendo a mudança climática como um obstáculo à igualdade.
O relatório, intitulado “Direitos das Mulheres em Revisão 30 Anos Depois de Pequim”, revela que quase um quarto dos governos avaliados em 2024 reportou retrocessos nos direitos das mulheres, incluindo aumento da discriminação e redução de proteções legais. Apesar de avanços como a paridade na educação e a redução da mortalidade materna em um terço, a misoginia cresce e a violência de gênero continua alarmante, com uma mulher ou menina sendo morta a cada 10 minutos por um familiar.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza a necessidade de se permanecer firme na luta pelos direitos humanos e igualdade, enquanto a diretora da ONU Mulheres, Sima Bahous, aponta que desafios complexos requerem determinação contínua para gerar mudanças. O relatório também traz recomendações como garantir igualdade de acesso à tecnologia para mulheres, a eliminação da pobreza, e a implementação de legislações eficazes contra a violência de gênero, propondo uma abordagem abrangente e multifacetada para enfrentar as adversidades atuais.
Origem: Nações Unidas