A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tem trabalhado ativamente em uma iniciativa inovadora chamada Tecnologia Nuclear para o Controle da Poluição por Plásticos, conhecida como Nutec Plastics, que foi lançada em 2020. Esta iniciativa visa entender e mitigar a contaminação causada pelo plástico, que impacta gravemente oceanos, rios e lagos, resultando em cerca de 20 milhões de toneladas de plástico despejadas no meio ambiente a cada ano.
Utilizando ferramentas de imagem nuclear e radioisótopos, a AIEA tem conseguido rastrear e estudar micropartículas de plástico, possibilitando a elaboração de políticas que protegem os ecossistemas marinhos. Além disso, a Nutec Plastics capacita laboratórios em diferentes partes do mundo com as tecnologias e conhecimentos necessários para coletar amostras e monitorar a poluição por microplásticos de forma eficaz.
Uma das inovações da iniciativa é a aplicação de técnicas avançadas de reciclagem baseadas em radiação, que ajudam na transformação de resíduos plásticos em produtos de maior valor agregado. Em diversos países, essas tecnologias têm sido incorporadas em práticas industriais. Por exemplo, na Argentina, plásticos reciclados são utilizados na fabricação de dormentes ferroviários, enquanto a Indonésia criou palha resistente a intempéries a partir de plásticos reciclados e casca de arroz.
A China, por sua vez, tem reciclado filmes plásticos, transformando-os em ceras industriais, e nas Filipinas, materiais de construção acessíveis são produzidos com plásticos reciclados. Outro exemplo interessante vem da Tunísia, que substitui parte do cimento por resíduos plásticos irradiados para a fabricação de concreto mais leve e econômico. A implementação dessas técnicas também avança na Romênia e na Alemanha, onde se busca aumentar a pureza de plásticos reciclados para produção de tecidos de alta qualidade.
Para complementar essa abordagem, a AIEA lançou a Plataforma de Avaliação da Economia Circular, que visa avaliar a maturidade tecnológica e a viabilidade econômica da integração das tecnologias de feixe de elétrons nos processos de reciclagem. A AIEA orienta atualmente 53 Estados-membros, prevendo a transição de laboratórios para a produção industrial com a operação de instalações piloto programada entre 2026 e 2027. A iniciativa representa um passo significativo em direção a um futuro mais sustentável e à luta contra a poluição por plásticos globalmente.
Origem: Nações Unidas





