Um novo relatório da Agência Internacional para Pesquisa de Câncer (IARC) revela um cenário alarmante sobre o aumento do câncer de mama em todo o mundo. Se medidas eficazes de prevenção e tratamento não forem implementadas, a previsão é que, até 2050, o número anual de casos chegue a 3,2 milhões, resultando em 1,1 milhão de mortes. O estudo, publicado na revista Nature Medicine, foi realizado com dados de aproximadamente 50 países e destaca um aumento projetado de 38% nos casos e 68% nas mortes relacionadas à doença.
A análise ainda aponta que os impactos mais severos serão sentidos em países com baixos níveis de desenvolvimento humano. De acordo com a cientista da IARC, Joanne Kim, a cada minuto, quatro mulheres recebem o diagnóstico de câncer de mama, e uma delas não sobrevive à doença. A especialista enfatiza a importância de adotar estratégias de prevenção primária conforme as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), ressaltando que investimentos em diagnóstico e tratamento precoces podem salvar milhões de vidas nas próximas décadas.
Atualmente, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres e a segunda maior causa de mortes por câncer em geral. A disparidade na incidência e mortalidade da doença varia significativamente entre regiões. Enquanto a Austrália e a Nova Zelândia apresentam as maiores taxas de casos, a mortalidade é mais elevada na Melanésia.
Os dados também revelam que, embora a mortalidade por câncer de mama tenha diminuído em 29 dos 46 países com alto índice de desenvolvimento humano, apenas sete nações, incluindo Bélgica e Dinamarca, atingiram a meta da OMS de reduzir as taxas de mortalidade para 2,5% por ano. Isabelle Soerjomataram, vice-diretora da Seção de Vigilância do Câncer na IARC, destaca a urgência em coletar dados de alta qualidade sobre a doença em países com índices de desenvolvimento humano baixos e médios, para que se possam implementar medidas que reduzam a mortalidade e o sofrimento causados pelo câncer de mama globalmente.
Origem: Nações Unidas