O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma reunião nesta terça-feira com o objetivo de discutir o alarmante aumento no número de vítimas civis na Ucrânia, bem como os danos significativos à infraestrutura energética do país, resultado dos contínuos ataques realizados pela Rússia. Segundo um relatório emitido pela Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia, os civis enfrentam uma realidade de ataques quase diários, que agravam sua já crítica situação.
Entre os meses de junho e novembro de 2025, observou-se um aumento substancial no número de vítimas, tanto nas linhas de frente quanto em áreas urbanas. A destruição da infraestrutura energética é particularmente preocupante com a chegada do inverno, o que deixa a população civil sem eletricidade e aquecimento em meio a temperaturas que caem abaixo de zero. A representante do Departamento de Assuntos Políticos da ONU, Kayoko Gotoh, relatou que um ataque ocorrido na madrugada do dia 6 de dezembro danificou severamente a infraestrutura de energia e transporte em dez regiões do país.
Além disso, um ataque anterior no final de novembro deixou cerca de 600 mil pessoas sem eletricidade na capital, Kyiv, amplificando o impacto da guerra no cotidiano da população. O coordenador humanitário da ONU na Ucrânia, Matthias Schmale, destacou a vulnerabilidade de grupos específicos, como pessoas de baixa renda que vivem em condições precárias e os idosos com mobilidade reduzida, que não conseguiram evacuar das zonas de combate.
O relatório também denunciou restrições severas impostas pela ocupação russa, que violam o direito internacional humanitário, limitando a liberdade de circulação, expressão e acesso à informação. Civis estão sendo pressionados a adotar a cidadania russa para garantir acesso básico à vida cotidiana. Além disso, as autoridades da ocupação estão implementando legislações que permitem a expropriação de residências consideradas “abandonadas”, resultando na transferência de mais de 5.557 casas para a propriedade municipal até novembro de 2025.
Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, foram registradas 14.775 mortes de civis ucranianos, incluindo 755 crianças, refletindo a necessidade urgente de ações para proteger a população civil e restaurar os direitos humanos fundamentais na região.
Origem: Nações Unidas






