A violência no leste da República Democrática do Congo aumentou drasticamente, trazendo consequências devastadoras, especialmente para as crianças. Relatos alarmantes de violações de direitos humanos foram documentados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), destacando a situação crítica nas províncias de Kivu do Norte e do Sul. O ex-comandante da Missão da ONU no país, Monusco, general Otávio de Miranda Filho, enfatizou a urgência de uma solução política para a crise, uma vez que as condições atuais não suportam mais uma abordagem militar.
O grupo rebelde M23 tem se expandido, controlando cidades chave como Sake e Goma, e agora avançando para o Sul. As consequências para a população são horríveis; o Unicef relatou um aumento significativo nos casos de estupro, incluindo uma tragédia em que seis irmãs foram atacadas enquanto buscavam alimentos. As instituições de saúde enfrentam desafios críticos, com a escassez de medicamentos para prevenir infecções após agressões sexuais.
Além disso, mais de 1.1 mil crianças desacompanhadas foram identificadas, com a organização trabalhando para realocá-las e proporcionar suporte médico e psicológico. A situação é ainda mais preocupante com o recrutamento forçado de jovens por grupos armados, com crianças de até 12 anos sendo alvos desse recrutamento. O desamparo das mulheres grávidas também é alarmante, com um aumento previsto de gravidezes indesejadas e um número significativo sem acesso a cuidados adequados.
Apesar dos esforços para manter serviços de saúde, muitos centros foram atacados e interromperam suas atividades, colocando em risco a vida e o bem-estar de milhares. O Unfpa tem operado clínicas móveis, mas a insegurança continua a ameaçar a distribuição de suprimentos e o apoio necessário para as vítimas de violência de gênero. O aumento da hostilidade na região exige uma resposta urgente e coordenada das autoridades locais e da comunidade internacional para restaurar a paz e proteger os vulneráveis.
Origem: Nações Unidas