Em 10 de julho, a Unaids, agência especializada da ONU em HIV/Aids, divulgou um relatório que destaca a urgência de mudanças nos programas de combate e tratamento da doença, além da necessidade de aumento nas verbas destinadas a enfrentar o problema. O documento, intitulado “Aids, crise e o poder de transformar”, alerta que, se não houver uma ação global imediata, a previsão é de 6 milhões de novas infecções por HIV até 2029 e 4 milhões de mortes relacionadas à Aids.
Desde 2010, as iniciativas de combate à doença resultaram em uma redução de 40% no número de novos casos, com 4,4 milhões de crianças protegidas da contaminação vertical. O Unaids ressalta que, até agora, mais de 26 milhões de vidas foram salvas, posicionando a resposta ao HIV e à Aids como uma das intervenções de saúde pública mais eficazes da história.
Entretanto, o relatório também aponta o risco real de retrocessos devido aos cortes abruptos de financiamento por parte de diversos doadores, o que pode impactar significativamente a saúde global. O documento destaca as ações que países, como o Brasil, estão adotando para preencher essas lacunas e manter essa resposta no futuro, visto que esses programas são frequentemente financiados integralmente por governos federais.
De acordo com os dados mais recentes, em 2023, cerca de 39,9 milhões de pessoas vivem com HIV, e 630 mil morreram de doenças associadas à Aids naquele ano, com 1,3 milhões de novas infecções notificadas. O número de pessoas em tratamento com antirretrovirais é de 30,7 milhões, enquanto o total de mortes desde o início da epidemia atinge 42,3 milhões. Desde 1995, houve uma queda de 60% nos casos de HIV. O mundo se comprometeu a eliminar a Aids como uma ameaça à saúde pública até 2030, através de uma aliança global envolvendo governos, organizações internacionais, sociedade civil e setor privado.
Origem: Nações Unidas