A investigadora Rita Barbosa-Matos, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi selecionada para um estágio de dois meses no Instituto de Oncologia Vall d’Hebron (VHIO), em Barcelona, graças a uma bolsa de viagem no valor de 3.500 euros, concedida pela European Association for Cancer Research (EACR). Este estágio permitirá à cientista dar continuidade aos seus trabalhos de investigação focados na gestão de risco e na qualidade de vida das famílias afetadas pela Síndrome de Cancro Gástrico Hereditário.
Desde 2019, Rita Barbosa-Matos faz parte do grupo “Expression Regulation in Cancer” sob a liderança de Carla Oliveira, e seu trabalho recebeu reconhecimento internacional ao ser premiado pela Sociedade Portuguesa de Genética Humana (SPGH) em 2021 e 2024. A investigadora actualmente se dedica a calcular e comparar o risco de desenvolvimento do cancro da mama do tipo lobular e do cancro gástrico do tipo difuso em famílias diagnosticadas com a síndrome causada por mutações no gene CDH1.
Uma das inovações do seu projeto é a criação da primeira base de dados ibérica sobre CDH1, resultado de uma colaboração com o grupo de Genética do Cancro Hereditário do VHIO, liderado pela Dra. Judith Balmaña. Rita explica que o objetivo é gerar evidências clínicas que impactem diretamente a gestão do risco e a qualidade de vida das famílias portuguesas e espanholas afetadas.
Historicamente, as pessoas com mutações patogénicas no gene CDH1 apresentam um elevado risco de desenvolver cancro, especialmente gástrico, e muitas vezes são aconselhadas a passar por uma gastrectomia profilática. No entanto, a investigadora destaca a importância de atualizar e personalizar as estimativas de risco, adaptando-as às realidades geográficas e clínicas das populações ibéricas, com o objetivo de identificar novas estratégias para o diagnóstico precoce da doença.
Com uma carreira acadêmica ligada à Universidade do Porto e experiências enriquecedoras com famílias afetadas pela síndrome, Rita expressa entusiasmo pela oportunidade de integrar um instituto de referência em investigação oncológica translacional, o que pode facilitar a troca de conhecimentos e práticas clínicas entre Portugal e Espanha.
Origem: Universidade do Porto

