Uma nova investigação realizada por especialistas em inteligência artificial revela uma verdade desconcertante: modelos como ChatGPT e Gemini não compreendem efetivamente o que dizem. Eles apenas preveem palavras, e essa realidade transforma completamente a nossa percepção sobre essas tecnologias.
Embora a inteligência artificial já tenha escrito cartas, resolvido dúvidas médicas e dado conselhos amorosos, a questão crucial permanece: será que essas máquinas realmente entendem o que estão afirmando?
Pesquisadores renomados, incluindo Dan Jurafsky, Yann LeCun e Ravid Shwartz-Ziv, assinam um estudo que responde a essa pergunta de forma direta: não. Os modelos de linguagem em larga escala, como ChatGPT, Gemini e Claude, não pensam, nem raciocinam; eles apenas comprimem informações.
IA: brilhante na forma, vazia no conteúdo
O estudo intitulado “From Tokens to Thoughts: How LLMs and Humans Trade Compression for Meaning” compara a forma como humanos e modelos de linguagem organizam o conhecimento. A conclusão é preocupante: embora esses sistemas sejam capazes de gerar respostas coerentes, não têm uma compreensão real.
Enquanto os humanos lidam com ideias contraditórias, intuições e contextos complexos, as IAs simplificam o mundo com base em padrões estatísticos. Elas são experts em prever qual palavra vem a seguir, mas falham ao entender por que um pato e um pinguim, ambos aves, não voam de forma igual.
O divulgador digital Corti expressou isso de forma eloquente em uma postagem na rede social X:
“Os LLMs estão otimizados para comprimir, não para entender. Não têm intuição. Não vivem na ambiguidade como nós humanos.”
Humanos: caóticos, mas brilhantes
Em contraste, a mente humana é um turbilhão de associações, lembranças, emoções e exceções. Podemos compreender que nem todos os pássaros voam e que uma única palavra pode ter diversos significados. Essa complexidade é o que nos torna únicos. O estudo mostra que, enquanto os LLMs criam categorias amplas semelhantes às humanas, eles falham em identificar o que é típico ou atípico em diversas situações.
O que isso significa para você?
Isso implica que uma IA pode elaborar um poema, mas não sabe o que é o amor. Pode descrever uma crise existencial, mas nunca experimentou angústia. Ela imita, mas não vive. Para aqueles que trabalham ou dependem da IA em decisões cruciais, essa diferenciação é vital.
Corti ainda alerta:
“Não caia na armadilha de acreditar que uma boa saída é igual a compreensão.”
Uma lição de humildade… e de humanidade
Essa pesquisa não apenas estabelece limites para a IA, mas também reivindica a beleza de ser humano. Nossa mente, com todas as imperfeições, é uma maravilha evolutiva. Muitas das nossas experiências mais profundas – como sentir sem entender – não podem ser reduzidas a um algoritmo.
Em um mundo onde os algoritmos aprendem rapidamente, talvez nossa vantagem não resida em saber mais, mas em compreender melhor. E, por ora, continuamos à frente nessa questão fundamental da condição humana.
As máquinas podem calcular, mas nós, humanos, compreendemos. E essa diferença, embora técnica, tem profundas implicações para a nossa experiência de vida.
Fonte: Notícias sobre inteligência artificial.