A ARM, gigante britânico de semicondutores, deu um passo estratégico significativo ao contratar Rami Sinno, ex-diretor de desenvolvimento e design de chips para inteligência artificial na Amazon. Sinno desempenhou um papel crucial na criação dos processadores Trainium e Inferentia, usados na infraestrutura de IA da gigante do e-commerce.
Este retorno à ARM, onde trabalhou de 2014 a 2019, sinaliza a ambição da empresa de se transformar não apenas em designer de arquiteturas, mas também em desenvolvedora de seus próprios chips.
Durante seu tempo na Amazon Web Services (AWS), Sinno liderou a concepção de chips otimizados para competir com GPUs da NVIDIA, fundamentais na era da inteligência artificial generativa. Com sua experiência em gerenciar estratégias de design de hardware, ele traz um conhecimento valioso para ARM em um momento em que a demanda por chips de IA atinge níveis históricos.
Tradicionalmente, a ARM licenciou suas inovações para empresas como Apple e Qualcomm, mas em julho de 2025 anunciou uma mudança: a companhia investirá parte de seus lucros no desenvolvimento de chips próprios. Essa mudança, impulsionada pelo CEO Rene Haas, visa diversificar suas fontes de receita e competir diretamente no crescente mercado de semicondutores.
Além de Sinno, a ARM tem atraído outros talentos do setor, como Nicholas Dube, da HPE, e Steve Halter, com experiência em empresas como Intel e Qualcomm. Este movimento faz parte de um esforço mais amplo para acelerar o design de chiplets e sistemas completos, reforçando sua posição diante de concorrentes estabelecidos e novas startups.
A estratégia da ARM é vista como uma oportunidade para capitalizar o crescimento da IA generativa, um mercado atualmente dominado por NVIDIA, AMD e Google. A experiência da ARM em designs eficientes e modulares pode desempenhar um papel crucial neste cenário em rápida evolução. No entanto, a transição para um fabricante de referência representa desafios significativos em termos de investimento e competição.
O retorno de Sinno à ARM marca um ponto de virada na estratégia da empresa, que agora busca não apenas ser a base comum para smartphones e servidores, mas também se estabelecer como um player direto na corrida por chips de IA, área onde eficiência, custo e escalabilidade serão determinantes.