Na última terça-feira, o presidente de Angola, João Lourenço, fez uma significativa intervenção durante o debate de líderes na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. Ele enfatizou a importância de fortalecer o papel da ONU como um espaço de diálogo global, sublinhando a necessidade urgente de solidariedade internacional no combate à fome e às mudanças climáticas. Lourenço também destacou o papel da Angola na promoção da paz em regiões desafiadoras como o Sahel, Sudão e o leste da República Democrática do Congo.
A sua fala foi marcada pela reflexão sobre o tema “Melhores Juntos, 80 anos e mais, para paz, desenvolvimento e os direitos humanos”, no contexto do octogésimo aniversário da organização. O presidente angolano apelou à revitalização da ONU, sugerindo que a organização deve ser mais ágil e eficaz para enfrentar os desafios contemporâneos. João Lourenço advertiu que a escolha entre preservar a paz ou viver em guerra é clara.
Lourenço também pediu que a ONU recupere sua autoridade moral, a fim de lidar com Estados que violam o direito internacional. Ele ressaltou que os africanos entendem profundamente o valor da paz, uma vez que frequentemente enfrentam os impactos da insegurança em áreas como desenvolvimento e educação. Para João Lourenço, Angola procura oferecer uma contribuição honesta para a resolução de crises no continente africano.
O presidente de Angola reafirmou a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU, em consonância com a posição africana representada no Consenso de Ezulwini. Segundo ele, sem essa transformação, não será possível revitalizar o multilateralismo nem implementar plenamente o Pacto para o Futuro. Ele também mencionou a importância de tornar as instituições financeiras internacionais mais inclusivas para atender às necessidades dos países em desenvolvimento.
Lourenço abordou a questão da insegurança alimentar, destacando que milhões ainda enfrentam sérios desafios devido à falta de acesso a recursos essenciais, especialmente em África. Ele defendeu um aumento na mobilização global visando ajudar aqueles que mais sofrem com as crises atuais, apontando que sem investimentos estruturais em setores como água, agricultura e educação, a instabilidade persistirá.
A crise climática foi descrita pelo presidente como “a maior ameaça existencial” de nossos tempos. Ele instou os países com maiores responsabilidades históricas em emissões de gases a assumirem compromissos concretos, incluindo financiamento e transferência de tecnologia para apoiar a adaptação nos países em desenvolvimento.
Ao encerrar sua fala, João Lourenço enfatizou a importância de preservar a ONU para garantir a paz, argumentando que apenas uma organização multilateral renovada poderá responder adequadamente às ameaças atuais. “É no multilateralismo que reside a chave para evitar uma catástrofe global”, concluiu o presidente angolano.
Origem: Nações Unidas






