A Faixa de Gaza enfrenta o “pior cenário de fome” atualmente, de acordo com a Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC). Esta avaliação, realizada por várias entidades que analisam a segurança alimentar e nutricional, aponta para a intensificação dos conflitos, deslocamentos forçados e a falta de acesso a alimentos e serviços essenciais como as principais causas da crise.
O IPC emitiu o alerta mais grave até o momento, evidenciando uma falta generalizada de alimentos, desnutrição severa e um aumento nas doenças relacionadas à fome, que resultam em um número crescente de mortes. Hospitais na região relatam um aumento alarmante nas fatalidades entre crianças devido à fome, acentuando ainda mais a urgência da situação.
Desde o início da ofensiva militar israelense em 7 de outubro de 2023, após um ataque do movimento Hamas, a situação se agravou, com restrições severas à entrada de ajuda humanitária. Neste contexto, o Exército israelense implementou breves pausas nos combates para permitir a entrada de suprimentos, embora as agências humanitárias tenham afirmado que a quantidade liberada é insuficiente para sanar a crise alimentar.
Dados recentes do IPC mostram que entre maio e julho deste ano, o número de famílias em situação de fome extrema em Gaza dobrou, com o limite de consumo de alimentos sendo ultrapassado na maioria das áreas. A desnutrição, segundo o relatório, aumentou rapidamente e mais de 20 mil crianças foram internadas para tratamento de desnutrição aguda nesse período, das quais mais de 3 mil estavam em estado grave.
A situação alarmante levanta a necessidade de um mecanismo internacional para monitorar a crise e realizar análises contínuas. O aumento nas mortes de crianças menores de cinco anos devido à fome é um indicativo preocupante da gravidade do cenário humanitário na Faixa de Gaza.
Origem: Nações Unidas