Um novo estudo, apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), levanta preocupações significativas sobre os efeitos do consumo de álcool na saúde. A pesquisa da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), divulgada recentemente, destaca que o aumento do consumo de álcool, mesmo em níveis moderados, está relacionado a um maior risco de sete tipos de câncer.
De acordo com o estudo, o álcool é responsável por cerca de 4% de todos os novos casos de câncer registrados anualmente no mundo. A cientista Harriet Rumgay, da Iarc, enfatiza que “reduzir o consumo de álcool diminui o risco de câncer”, afirmando que “nenhuma quantidade de álcool é completamente segura”. Em 1988, as bebidas alcoólicas foram classificadas como cancerígenas para humanos pela Iarc, refletindo a preocupação crescente sobre este problema de saúde pública.
Os dados mostram que, em 2020, o consumo de álcool resultou em 741 mil novos casos de câncer globalmente, sendo 78% desses casos em homens. Os tipos mais frequentemente associados ao álcool incluem câncer de esôfago, fígado e mama feminina. Apesar das informações alarmantes, o consumo de álcool continua a crescer em várias regiões, como as Américas e a África Subsaariana.
Estudos indicam que elevar os impostos sobre o álcool poderia ter um impacto significativo na redução de casos de câncer. Um levantamento sugere que, se os impostos tivessem sido dobrados, cerca de 6% dos novos casos de câncer relacionados ao álcool na Europa em 2019 poderiam ter sido evitados. Especialistas apontam que políticas que aumentam preços ou restringem a comercialização são eficazes para conter o consumo.
Em diversas regiões, o consumo excessivo de álcool é preocupante. Os maiores índices atribuíveis ao álcool foram registrados entre homens no Leste Asiático e na Europa Central. Mesmo o consumo moderado tem se mostrado adverso, gerando mais de 100 mil novos casos de câncer em 2020. As implicações financeiras também são alarmantes, com perdas de produtividade em decorrência de mortes por câncer relacionadas ao álcool alcançando aproximadamente € 4,6 bilhões na Europa.
Origem: Nações Unidas


