Terremotos secundários continuam a abalar o Afeganistão, com um recente tremor de magnitude 4,7 registrado na província de Nangarhar na última quinta-feira, apenas dias após o devastador terremoto de 6,0 que ocorreu no domingo. Os números da tragédia são alarmantes: até o momento, 2.025 pessoas perderam a vida, 3.640 ficaram feridas e aproximadamente 6.750 casas foram completamente destruídas.
A situação é ainda mais crítica com o alerta de surtos de doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou o aumento do risco de doenças infeciosas na região, que já enfrenta desafios sanitários, como a endemicidade da malária e frequentes casos de dengue, sarampo e diarreia aguda. Com abrigos superlotados, água contaminada e a gestão inadequada de resíduos, a propagação de doenças se torna uma preocupação maior.
As consequências do terremoto têm gerado grande ansiedade, particularmente entre crianças que enfrentam sofrimento emocional e traumas. Famílias enlutadas lutam para encontrar algum descanso, enquanto a escassez de profissionais de saúde torna a situação ainda mais desesperadora. A necessidade de apoio psicossocial é premente, conforme relatado pela OMS.
Mulheres e meninas são as mais afetadas pelos desastres, enfrentando barreiras significativas aos serviços de saúde e assistência. As áreas afetadas são de difícil acesso, e a cultura local, sob o regime Taleban, restringe a movimentação feminina, obrigando essas mulheres a se deslocarem apenas na companhia de um guardião masculino. Além disso, a falta de espaços privados para atendimento médico desencoraja muitas a buscarem a assistência necessária.
A ONU e seus parceiros de ajuda humanitária estão trabalhando para mitigar os danos. Foram avaliados 25 vilarejos nas províncias de Kunar, Nangarhar e Laghman, onde estradas e pontes danificadas dificultam ainda mais o acesso a serviços essenciais. Com a destruição de dezenas de fontes de água, a escassez desse recurso vital se torna crítica, agravarando uma situação já complicada por chuvas e inundações anteriores.
Até o momento, seis toneladas de biscoitos energéticos foram distribuídas e 20 equipes móveis de saúde foram enviadas para as áreas mais atingidas. A OMS está avaliando os danos em unidades de saúde que precisam de reabilitação, enquanto o UNICEF foca no impacto nas crianças desabrigadas e traumatizadas pelo desastre. A comunidade internacional é chamada a apoiar essas iniciativas e ajudar a aliviar a crise humanitária que se agrava a cada dia.
Origem: Nações Unidas