Os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) reúnem-se novamente nesta terça-feira, em Genebra, para a Assembleia Mundial da Saúde, um dos maiores encontros anuais da organização. Durante a assembleia, os países discutirão diversos tópicos, incluindo a proposta de Acordo Pandêmico, que visa aprimorar a resposta global a crises sanitárias. Este documento, que tem gerado intensas negociações, enfrenta preocupações de nações sobre direitos de propriedade intelectual e questões de soberania nacional.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, tem sido um dos principais defensores do Acordo, buscando a aprovação por consenso. Em uma declaração recente, o líder indígena brasileiro Marcos Terena enfatizou a importância de um pacto pela vida, mencionando a perda de familiares durante a pandemia de Covid-19, e ressaltando a responsabilidade da ONU na mediação de respostas a crises de saúde.
Terena destacou ainda o impacto devastador da pandemia em sua comunidade no Mato Grosso do Sul, onde muitos enfrentaram uma onda de ansiedade e incerteza. Ele também apontou as consequências das mudanças climáticas, urgindo a necessidade de prevenir futuras catástrofes.
Além do Acordo Pandêmico, a assembleia discutirá temas como saúde mental, justiça ambiental e cuidados maternos. Um dos grandes desafios revelados pela pandemia foi a desigualdade no acesso a tratamentos e vacinas entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento, com a pandemia resultando em quase 7 milhões de mortes.
O chefe da OMS sublinhou que o Acordo é crucial para as futuras gerações, propondo um plano de ação que una as políticas de saúde e clima, garantindo recursos para as comunidades vulneráveis. A Assembleia também abordará formas de reforçar os sistemas de saúde primária, um aspecto vital dado que anualmente cerca de 300 mil mulheres falecem durante a gravidez ou o parto, e 2 milhões de bebês não sobrevivem ao primeiro mês de vida.
Entretanto, a OMS enfrenta um contexto desafiador de financiamento, com a retirada de alguns dos seus principais doadores, como os Estados Unidos, e cortes orçamentários que afetam seus programas. Apesar disso, a organização busca um aumento de 50% em seu orçamento base, uma medida defendida desde 2022.
Origem: Nações Unidas