No início desta semana, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) firmou uma importante parceria para combater o câncer em crianças durante um evento realizado em Addis Abeba, Etiópia. A colaboração com o St. Jude Hospital, uma instituição renomada no tratamento de câncer pediátrico, visa implementar melhorias nos sistemas de saúde e fornecer equipamentos radiológicos a países de baixa e média renda.
O acordo, que totaliza US$ 4,5 milhões, foi assinado pelo diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, e pelo presidente e CEO do St. Jude, James R. Downing, dentro da iniciativa chamada Raios de Esperança. Grossi destacou que essa cooperação irá fortalecer o acesso a tratamentos de radioterapia em nível global, especialmente em um cenário alarmante onde 400 mil crianças são diagnosticadas com câncer anualmente.
Enquanto a taxa de sobrevivência em países de renda alta supera os 80%, o cenário em nações de renda baixa e média é preocupante: menos de 30% das crianças diagnosticadas sobrevivem. É nessa região do mundo que reside a maioria das crianças afetadas pelo câncer, representando uma realidade devastadora.
A falta de acesso a exames essenciais, como ultrassonografias e tomografias computadorizadas, contribui para essa disparidade. Desde 2022, a Aiea tem se esforçado para introduzir mais tecnologia em serviços radiológicos em países que enfrentam desafios econômicos, onde se concentram a maior parte das mortes por câncer. Globalmente, cerca de 2 mil pessoas perdem a vida para a doença diariamente, e a previsão da Organização Mundial da Saúde indica que os casos e mortes podem aumentar em até 60% nas próximas duas décadas.
Com mais de 90 países já participando da iniciativa Raios de Esperança, a Aiea comemorou recentemente o terceiro aniversário do programa, que já mobilizou mais de € 90 milhões para modernizar hospitais com novos equipamentos e lançar centros de radioterapia online. A assinatura deste acordo foi um marco significativo para intensificar os esforços de combate ao câncer infantil, reforçando a importância de uma ação coordenada entre instituições globais e locais para salvar vidas.
Origem: Nações Unidas