Rafael Mariano Grossi, em busca de uma solução diplomática para a segurança nuclear global, reflete sobre sua extensa carreira a frente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Com um histórico que inclui funções como diplomata e embaixador, Grossi reafirma a importância do diálogo, especialmente em meio aos desafios atuais representados pela situação no Irã e pelo conflito na Ucrânia.
Em entrevista ao Podcast ONU News, Grossi discute os esforços para reestabelecer a cooperação com o Irã, país que, após a suspensão de acordos de inspeção, enfrenta dificuldades em cumprir suas obrigações no Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O líder da AIEA enfatiza que a única alternativa viável é retomar a diplomacia, destacando a necessidade de confiança mútua para que as negociações avancem.
Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, Grossi tem trabalhado intensamente para garantir a segurança da Usina Nuclear de Zaporizhzhya, considerada a maior da Europa. Recentemente, conseguiu um compromisso entre os líderes de ambos os países para a criação de “áreas de cessar-fogo” na usina, um passo significativo para evitar um desastre nuclear. Ele ressalta que sua missão envolve não apenas a segurança técnica, mas a construção de confiança e diálogo entre as partes.
Na esfera interna da AIEA, Grossi também tem promovido a presença feminina, que saltou de 28% para cerca de 51% desde sua chegada. Para ele, a inclusão e a diversidade são essenciais, não apenas como questão de justiça social, mas como fator decisivo para a eficácia das operações da agência.
Além de suas atuais funções, Grossi confirmou sua pré-candidatura ao cargo de secretário-geral da ONU em 2026, um movimento apoiado pelo governo argentino. Ele ressalta que continuará seu trabalho na AIEA enquanto busca a posição, acreditando que sua experiência em gestão de crises internacionais será um diferencial.
Com um olhar atento às crises e ao mesmo tempo comprometido com a promoção da equidade de gênero, Grossi se posiciona como uma figura central na busca por soluções eficazes para a segurança nuclear global e o desenvolvimento sustentável.
Origem: Nações Unidas






