A demanda por chips de inteligência artificial continua em alta, levando a mudanças significativas na produção. De acordo com relatórios da imprensa de Taiwan, a TSMC, uma gigante da fabricação de semicondutores, está preparando um aumento significativo em sua capacidade de produção de chips de 3 nm (N3), com um incremento que pode chegar a 50%. Esse aumento visa atender, principalmente, aos pedidos da NVIDIA para sua nova plataforma de IA, denominada internamente de “Vera Rubin”.
As estimativas indicam que a produção de 3 nm na planta de Tainan Saltou de cerca de 100 mil wafers por mês para aproximadamente 160 mil. Uma parte substancial desta produção será reservada exclusivamente para a NVIDIA, que está garantindo a reserva de wafers com meses de antecedência, evitando os gargalos que têm afetado a indústria desde 2023. Jensen Huang, CEO da NVIDIA, visitou recentemente a fábrica em Taiwan, reforçando a importância do país para os planos da empresa.
A nova plataforma “Rubin” traz não apenas melhorias no design, mas também a introdução de um novo processo (N3P), prometendo mais eficiência energética e maiores capacidades de memória, essenciais para o desempenho em data centers. A NVIDIA pretende garantir cerca de 35 mil wafers por mês para essa nova geração de chips.
Entretanto, a questão do empacotamento avançado permanece como um gargalo crítico. Tecnologias como CoWoS e InFO são fundamentais para a produção de chips, e a capacidade de teste e montagem deve ser ampliada para atender à demanda crescente. A TSMC tem investido na expansão dessa capacidade, mas o tempo de resposta ainda dependerá de fatores externos que influenciam a disponibilidade.
Os detalhes do movimento reforçam a posição da TSMC como a principal parceira da NVIDIA em HPC (computação de alto desempenho). A corrida por atender a demanda de IA deve intensificar a concorrência, dificultando a posição de empresas como Samsung Foundry e Intel Foundry.
À medida que a IA continua a evoluir, as empresas de tecnologia enfrentam não apenas o desafio de aumentar a capacidade de produção, mas também a crescente demanda por energia para operar suas fábricas e data centers. Com um cenário energético cada vez mais desafiador, os prazos e custos de produção podem ser comprometidos se a demanda não for devidamente gerida.
Em resumo, o setor de semicondutores está em uma fase de transformação, com a pressão pela inovação e a necessidade de atender a demanda de IA moldando o futuro da fabricação de chips. A expectativa é que a “Vera Rubin” comece a ganhar forma entre 2026 e 2027, enquanto a linha Blackwell Ultra continuará a ser um suporte fundamental nos próximos anos.






