A discussão sobre a qualidade e quantidade de agentes imobiliários profissionais em Portugal continua a gerar debates acalorados entre especialistas do setor. Embora muitos players da indústria acreditem que há, de fato, um aumento no número e na competência desses profissionais, a falta de dados concretos e desagregados dificulta uma avaliação precisa. A opacidade do mercado imobiliário português, caracterizada pela escassez de informações sobre as qualificações e experiências dos agentes, levanta questões sobre a capacidade de medir a qualidade do serviço prestado.
A situação contrasta fortemente com mercados mais desenvolvidos, como o norte-americano, onde dados detalhados sobre a atividade dos agentes são coletados regularmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, um estudo recente indicou que 71% dos agentes não realizaram transações em 2024, apontando uma concentração de atividades entre uma fração menor de profissionais. Por outro lado, a produtividade dos agentes ativos tem mostrado um crescimento consistente, evidenciando uma evolução no setor, mesmo em meio a desafios significativos como a imprevisibilidade da receita e a dificuldade na captação de clientes.
Em Portugal, a falta de regulamentação e o registro deficiente de informações sobre agentes dificultam tanto a avaliação do setor quanto a formação de uma base sólida para o desenvolvimento profissional dos mesmos. As associações setoriais têm um papel crucial em conduzir a reforma necessária, mas até o momento, a inércia persiste. A construção de um mercado mais transparente e profissionalizado é uma necessidade urgente, que beneficiaria não só os agentes, mas também consumidores que buscam serviços de mediação imobiliária de confiança.
Ler a história completa em Idealista Portugal