Aumento de custos para operadores pode encarecer acesso à fibra óptica na Espanha
A partir de 1º de julho, entrou em vigor um novo marco regulatório da Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) na Espanha, que encarece o acesso a infraestruturas civis utilizadas por operadores alternativos como Digi, MásOrange e Vodafone para oferecer planos de fibra a preços competitivos. Este aumento nos custos pode ter um impacto significativo nas tarifas habitacionais, que se tornaram notoriamente acessíveis nos últimos anos.
A Espanha é reconhecida por sua rede avançada de fibra óptica, resultado de um modelo regulatório que permite a operadores alternativos utilizarem as infraestruturas da dominante Telefónica. A partir de agora, os custos regulados aumentaram até 11,6%, reflitindo uma revisão nos preços de acesso a subconduitos, postes e acometidas.
Os novos valores incluem, por exemplo, o preço por quilômetro de subconduito que subiu de 46,50 € para 51,67 € e o custo da acometida em conduto, que passou de 0,32 € para 0,36 €. Estas mudanças afetam diretamente operadores que praticam tarifas ultrabaratas, como a Digi, que depende do modelo para oferecer preços abaixo da média.
Os especialistas do setor alertam que essa elevação de preços pode forçar os operadores a rever suas estratégias, possivelmente levando a um aumento nas tarifas. Em um mercado já competitivo e com inflação persistente, essa situação pode se traduzir em menos opções para os consumidores.
Com o novo cenário de custos, a CNMC justifica o ajuste como uma necessidade para refletir o custo real de manutenção das infraestruturas. Porém, isso pode resultar em uma diminuição da acessibilidade à internet de alta velocidade, potencialmente homogeneizando os preços para cima em um mercado que já se encontra sob pressão.
A pergunta que fica no ar é: será que a era das tarifas acessíveis para fibra está chegando ao fim?