As famílias em Portugal apresentam uma postura mais cautelosa em relação a futuras subidas de juros e à incerteza económica, resultando num aumento significativo da taxa de poupança. Em 2024, os agregados familiares pouparam 12,2% do rendimento disponível, o valor mais elevado em duas décadas. Praticamente metade desse montante foi direcionado para habitação, enquanto a outra parte foi investida em depósitos bancários, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal (BdP).
Este aumento na poupança coincide com um crescimento notável do rendimento disponível, que registou uma taxa de crescimento nominal de 10,5%. Este crescimento é atribuído ao aumento da massa salarial e, em menor medida, aos rendimentos provenientes de propriedades. Contudo, a incerteza económica e as taxas de juro mais elevadas têm incentivado as famílias a adotar uma postura mais conservadora em relação aos seus gastos e investimentos, levando a uma taxa de poupança que supera a média entre 2015 e 2019.
Além disso, a capacidade de financiamento das famílias também aumentou, estabelecendo-se em 6,7% do rendimento disponível em 2024, uma melhoria significativa em relação ao ano anterior. Este aumento na capacidade de financeiro, aliado à diminuição das taxas de juro, permite um maior acesso ao crédito para compra de imóveis, embora os preços das casas continuem a subir, impulsionados também pela procura externa e pelos custos de construção. As despesas relacionadas com a habitação continuam a representar uma parte relevante do orçamento familiar, aumentando para 16,8% do rendimento disponível, ainda abaixo da média da área do euro.
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