O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução unânime que condena o suporte militar e logístico das Forças de Defesa de Ruanda ao Movimento 23 de Março (M23), que continua a provocar graves consequências humanitárias na República Democrática do Congo (RDC). O texto da resolução exige a criação imediata de uma Missão de Apuração de Fatos para investigar as violações de direitos humanos e as graves transgressões do direito internacional no país.
Durante a sessão, o alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, alertou sobre o risco elevado de uma escalada de violência na região, enfatizando que a inação poderá resultar em uma tragédia ainda maior para os cidadãos não só da RDC, mas de toda a sub-região africana. A resolução destaca, ainda, a necessidade urgente de interromper a exploração ilícita de recursos naturais, especialmente nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul. Esses atos de saque estão diretamente ligados ao financiamento e à perpetuação do conflito.
Além das sérias violações, o comitê manifestou preocupação com a proliferação de armas e a crescente incidência de recrutamento forçado, especialmente de crianças. Desde o início dos confrontos, surgiram relatos alarmantes de violência sexual, execuções sumárias e outros abusos sistemáticos que demandam atenção imediata. A situação em Goma é particularmente crítica, com muitos moradores ainda enfrentando condições de vida deploráveis após o controle da área pelo M23.
A OMS também alertou sobre os riscos à saúde pública, com hospitais e serviços de saúde sobrecarregados e a iminente ameaça de surtos de doenças infecciosas, como cólera, exacerbados pela crise em curso. Os dados indicam que a instabilidade na RDC está não apenas causando deslocamentos forçados, mas também aumentando a vulnerabilidade da população a doenças e outros perigos sanitários.
Origem: Nações Unidas