O secretário-geral da ONU, António Guterres, encontra-se em Genebra, na Suíça, para uma reunião informal sobre a situação em Chipre, que reúne os líderes cipriotas grego e turco, além das potências garantidoras Grécia, Turquia e Reino Unido. O encontro, que se estenderá por dois dias e termina nesta terça-feira, é parte de um esforço diplomático que teve início em outubro, visando abrir caminhos para resolver a longa disputa territorial que divide a ilha.
Guterres já havia tentado, em 2017, mediar negociações semelhantes, que não obtiveram sucesso, assim como uma outra tentativa em 2021. A independência do Chipre foi conquistada em agosto de 1960, e desde então, a ilha tem sido um ponto de tensão entre as comunidades cipriota grega, que representa cerca de 80% da população, e cipriota turca, composta por aproximadamente 18%.
Os acordos que possibilitaram a independência definiram as delimitações entre as duas comunidades e buscaram um equilíbrio em relação a seus direitos e interesses. Com o apoio da Grécia, Turquia e Reino Unido, as disposições constitucionais garantiram a participação mútua das comunidades no governo do país, proporcionando certa autonomia, embora tensões tenham persistido ao longo das décadas.
Além disso, a Força de Manutenção da Paz das Nações Unidas, conhecida como Unficyp, foi estabelecida em 1964 com o objetivo de evitar confrontos entre as comunidades. Contudo, a situação se agravou em 1974, quando um golpe de Estado a favor da união com a Grécia resultou em uma intervenção militar turca, que dividiu a ilha. Desde o cessar-fogo, a Missão de Paz tem supervisionado as linhas de divisão e prestado assistência humanitária, enquanto mantém a zona-tampão entre os dois lados.
Recentemente, em 31 de janeiro de 2025, o Conselho de Segurança da ONU decidiu prorrogar, por unanimidade, o mandato da Unficyp por mais um ano, destacando a importância de evitar ações unilaterais que possam comprometer as chances de uma solução pacífica para a questão cipriota.
Origem: Nações Unidas