Um estudo recente publicado pelo Banco Central Europeu (BCE) revela que, para cada euro de crédito suspenso durante as moratórias bancárias instauradas na pandemia, as famílias portuguesas pouparam 30 cêntimos e destinaram 15 cêntimos ao consumo. A pesquisa, elaborada pelos economistas Manuel Adelino, Miguel Ferreira e Miguel Oliveira, destaca o impacto positivo das moratórias na gestão financeira das famílias, contribuindo para um aumento da liquidez em tempos difíceis.
Os dados analisados, provenientes de transações bancárias, mostram que o comportamento das famílias variou ao longo do tempo. No início das moratórias, a poupança atingiu 35 cêntimos por euro adiado, mas estabilizou em 23 cêntimos a longo prazo. Em relação ao consumo, os gastos começaram em 15 cêntimos por euro no primeiro ano, aumentando posteriormente para 22 cêntimos. Notavelmente, as famílias com menor rendimento e riqueza líquida mostraram um aumento significativo no seu consumo, utilizando até 30% das prestações adiadas para despesas.
Portugal destacou-se como um dos países da Europa com maior adesão às moratórias, alcançando 18% do total de empréstimos nacionais, ou seja, cerca de 17 mil milhões de euros, em comparação com uma média de 7% na Zona Euro. Inicialmente previstas para seis meses, as moratórias foram prolongadas até setembro de 2021 e abrangeram não apenas crédito para habitação, mas também crédito pessoal e automóvel, refletindo uma ampla implementação de medidas de apoio financeiro durante a crise sanitária.
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