A antecipação das eleições legislativas em Portugal, agendadas para maio, resulta da recente demissão do Governo liderado por Luís Montenegro, apenas 11 meses após sua posse. A moção de confiança apresentada pelo Executivo da Aliança Democrática (AD) foi rejeitada no Parlamento, evidenciando um cenário de instabilidade política. A gestão de Montenegro foi marcada por diversas medidas nas áreas de habitação e imobiliário, incluindo novas ajudas para a compra de casa por jovens e a controversa lei dos solos, que permitiu a construção em terrenos rústicos reclassificados, mas que acabou desencadeando uma série de polêmicas e desconfiança entre os partidos.
Montenegro assumiu o cargo em abril de 2024, em um contexto econômico mais favorável, com a inflação estabilizando em torno de 2% e uma queda nas taxas de juros, o que proporcionou alívio nas prestações de créditos habitacionais. Contudo, as medidas do governo, como o fortalecimento da habitação pública e o ajuste do regime de exploração do Alojamento Local, não foram suficientes para assegurar a confiança da oposição e a estabilidade necessária para governar. O legado deixado por seu governo inclui um crescimento econômico de cerca de 2% e uma taxa de desemprego baixa, mas também políticas fiscais que levantaram preocupações quanto aos impactos futuros na despesa pública.
A crise de governo teve seu ápice com a revelação de potenciais conflitos de interesse envolvendo membros do Executivo, culminando em investigações e a pressão da oposição por uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Após escapar de duas moções de censura, o governo de Montenegro não conseguiu manter a confiança do Parlamento e, assim, deixou o país sem uma solução governativa clara. A situação política em Portugal se complicou, destacando a necessidade urgente de um novo governo que possa enfrentar os desafios econômicos e sociais que se avizinham.
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