O descobrimento de um crânio fóssil em uma caverna de Portugal sugere que os leopardos-das-neves (Panthera uncia) habitaram a península Ibérica aproximadamente 900.000 anos atrás. Este achado desafia teorias anteriores sobre a evolução e dispersão da espécie na Europa, abrindo novas linhas de pesquisa sobre sua adaptação a diferentes ecossistemas. O estudo foi publicado na renomada revista Science Advances em janeiro de 2025 e revelou que a subespécie Panthera uncia lusitana habitou Portugal.
Além disso, o fóssil de Algar da Manga Larga, encontrado em Portugal, revelou semelhanças e diferenças importantes em relação aos leopardos-das-neves modernos. As adaptações físicas desses felinos incluem crânio amplo, mandíbulas robustas, dentes grandes e resistentes, patas musculosas, corpo compacto e pelagem densa e espessa. O estudo levanta dúvidas sobre a expansão dos leopardos-das-neves para a Europa durante o Pleistoceno médio e tardio, época de mudanças climáticas e glaciações que criaram novos corredores ecológicos para espécies adaptadas ao frio, como eles. A conservação da espécie, atualmente classificada como vulnerável, pode se beneficiar da proteção de zonas montanhosas de menor altitude e formações rochosas adequadas, além das áreas alpinas tradicionais.