O mercado de biotecnologia marinha continua a mostrar um crescimento significativo, projetando uma expansão de 4,2 bilhões de dólares em 2023 para 6,4 bilhões de dólares até 2025. Essa evolução é impulsionada pelo aumento da demanda por alimentos marinhos de baixo carbono, o desenvolvimento de novos antibióticos e a oferta de materiais biológicos. Esses dados refletem uma tendência promissora na economia oceânica, que quadruplou desde 1995, superando o crescimento médio global.
Além disso, a pesca, uma atividade vital, sustenta aproximadamente 600 milhões de pessoas, principalmente em países em desenvolvimento. A Agência da ONU para Comércio e Desenvolvimento, Unctad, revelou que, em 2023, o comércio de bens e serviços oceânicos alcançou recordes de 899 bilhões de dólares, com estimativas de 1,3 trilhão para o total de comércio oceânico.
Entretanto, a Unctad alerta para os perigos que as mudanças climáticas apresentam para o futuro do setor. O ano anterior foi o mais quente já registrado, resultando em perturbações significativas nos ecossistemas marinhos. As temperaturas elevadas afetam a vida marinha, colocando em risco a segurança alimentar, especialmente para as comunidades costeiras que dependem do oceano.
A situação é ainda mais complicada pelos riscos à navegação. O aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos têm potencial para causar severos atrasos nas atividades portuárias e encarecer os custos de transporte. Apesar das ambições da Organização Marítima Internacional para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, o avanço tem sido lento, em parte devido à alta dos combustíveis de baixo carbono e à falta de infraestrutura nos portos.
Em resposta à crescente poluição causada por plásticos, a Unctad propõe incentivar o desenvolvimento e a exportação de substitutos sustentáveis, como algas. No entanto, esse mercado ainda é pequeno, representando apenas 1% das exportações globais de plástico, com crescimento contido por altas tarifas e restrições comerciais. Afinal, o futuro da biotecnologia marinha e da economia oceânica depende não apenas da inovação, mas também da capacidade de enfrentar os desafios climáticos e de mercado.
Origem: Nações Unidas