Durante a conferência “Portugal 2030: Futuro Estratégico para o Setor da Construção”, realizada em Lisboa, o antigo CEO do Novo Banco, António Ramalho, destacou preocupações sobre o estado do crédito às empresas de construção em Portugal. Ele revelou que, enquanto em 2007 o crédito totalizava 44,229 milhões de euros, atualmente os valores caíram para 28,000 milhões, evidenciando uma significativa diminuição na capacidade de financiamento para o setor. Ramalho enfatizou a crítica necessidade de aumentar os empréstimos bancários, argumentando que a estrutura de financiamento atual é inadequada face às exigências do mercado.
A conferência também contou com a presença de Paulo Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos, que anunciou um aumento no financiamento privado à construção, ressaltando que em 2024 a CGD financiou quase mil milhões de euros ao setor e pretende repetir esse desempenho. Apesar das notícias de crescimento, o cenário a longo prazo levantou preocupações, especialmente com relação ao impacto previsto da redução dos fundos europeus após 2030, conforme alertou o Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida. Os especialistas presentes manifestaram o receio de que a diminuição dos recursos pode dificultar o desenvolvimento do setor no futuro.
Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão “Recuperar Portugal”, reiterou que a escassez de mão de obra é uma questão crítica que atinge o setor, resultado de decisões passadas que levam à saída de trabalhadores qualificados. Ele destacou a importância de investir em formação e capacitação para suprir as necessidades atuais. António Mendonça, bastonário da Ordem dos Economistas, acrescentou uma crítica à inação no setor, enfatizando que é necessário passar da teoria à prática e iniciar ações concretas para evitar que os diagnósticos se tornem apenas discursos vazios.
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