Nesta terça-feira, a Assembleia Geral da ONU acolheu um painel especial com 16 mulheres astronautas para discutir a importância do acesso de mulheres e meninas à ciência, em comemoração ao Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. Entre as participantes, destacou-se Amanda Nguyen, astronauta e fundadora da organização Rise, que apoia sobreviventes de agressão sexual. Em seu discurso, Amanda enfatizou que “os sonhos das mulheres sobreviventes importam”, e compartilhou sua trajetória como uma sobrevivente que está prestes a se tornar a primeira mulher vietnamita a viajar ao espaço.
Amanda abordou os desafios que as mulheres enfrentam em áreas como Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), citando um relatório da Academia Nacional de Ciências dos EUA que revela que mais da metade das mulheres nessas áreas já sofreu assédio sexual. A astronauta alertou que a violência de gênero é uma barreira significativa e vital que deve ser superada para garantir um futuro de inovação e avanço científico.
Outro destaque do evento foi a participação da astronauta Jeanette Epps, que sublinhou a necessidade de criar oportunidades de acesso à educação para as novas gerações de mulheres nas ciências. Ela ressaltou a importância do apoio mútuo entre mulheres, afirmando que todas devem se ajudar e servir de inspiração umas para as outras.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou, ressaltando que as mulheres ainda constituem apenas um terço da comunidade científica global e enfrentam dificuldades significativas em termos de financiamento e liderança. Ele alertou que a sub-representação feminina, especialmente em inteligência artificial, pode levar à criação de tecnologias tendenciosas que perpetuam desigualdades.
Philémon Yang, presidente da Assembleia Geral, destacou a necessidade de preparar mulheres e meninas para as oportunidades nas tecnologias emergentes. Ele observou que nas últimas décadas, o progresso em termos de participação feminina nas disciplinas de STEM estagnou, com apenas 15% das jovens optando por essas áreas, em comparação com 35% dos homens.
Para enfrentar esses desafios, a UNESCO e a ONU Mulheres estão promovendo iniciativas que incluem treinamento de professores com uma perspectiva de gênero, programas de mentoria e investimentos direcionados à educação de meninas nessas disciplinas cruciais para o desenvolvimento futuro da sociedade.
Origem: Nações Unidas